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27/10/09

Canário Intenso / Nevado

"Na natureza todos os canários (serinus canaria) são nevados, o factor intenso é uma mutação que apareceu em cativeiro, em 1709 e na altura era considerado uma das 29 “raças” existentes na altura e designava-se por “Serin Plein” de cor amarelo intenso.

Uma questão que nos ocorrerá imediatamente será:

no estado selvagem os pássaros estarão repletos de quistos, afinal são todos nevados?!


É verdade que são todos nevados, contudo o património genético das aves selvagens é estável e a estruturas das penas de todos os elementos é praticamente a mesma, de tal modo que não existem pássaros com penas exageradamente moles, como existem em cativeiro.

No estado selvagem, aves com plumagens diferente do normal dificilmente sobrevivem e caso isso aconteça, muito dificilmente fixarão a mutação que carregam e nas próximas gerações a tendência é para que desapareça, isto porque, por serem diferentes são mais facilmente identificados pelos predadores e são também rejeitados sexualmente, pelo que dificilmente procriarão.

No caso dos canários intensos, seriam facilmente detectados por predadores, pelo seu brilho fora do vulgar, contudo em cativeiro as mutações normalmente são apreciadas pelo homem que tudo faz para que elas se fixem, além disso os pássaros não têm que se preocupar com predadores e as mutações, com maior ou menor dificuldade, conseguem fixar-se.

As mutações são de facto muito atractivas, mas têm obviamente efeitos secundários a que temos que prestar atenção e o caso do factor intenso teve consequências nas futuras gerações de canários em que foram utilizados, contribuindo para uma quebra do equilíbrio genético até aí existente.

Na natureza está tudo muito bem equilibrado e as mutações apenas serão fixadas se realmente houver condições naturais que as beneficiem.

A natureza não tem caprichos e não fixa mutações somente por as achar bonitas, daí que o património genético seja estável.

Se reparamos nada está ao acaso, os machos normalmente são mais atractivos e cantam, isto porque será mais fácil de conseguirem uma parceira, já as fêmeas possuem plumagens mais baças e não cantam, para que possam permanecer invisíveis durante o choco.

Para que tenham uma ideia de como esta mutação surgiu, será importante ter consciência de que os canários eram inicialmente melânicos e como todos sabemos as penas com melanina são normalmente mais duras.

Com o passar dos anos começaram a aparecer pássaros com pequenas zonas sem melanina, os quais o homem tentou, imediatamente, seleccionar e com o decorrer dos anos, acabou-se por chegar a pássaros totalmente isentos de melaninas, os quais apresentavam obviamente uma estrutura de penas diferente e sendo menos rígidas.

Contudo convém não esquecer que os genes responsáveis pelo comprimento das penas, cor, largura e diâmetro das barbas e bárbulas, têm ligação entre si e foram alterados.

Deste modo o equilíbrio natural das aves selvagens, foi quebrado e passamos a ter pássaros nevados com estruturas de penas diferentes entre si.

Mais tarde surge, então, a mutação intenso, que de certo modo veio colmatar as necessidades de aumentar a dureza das penas, contudo o equilíbrio do património genético entre as aves já havia sido quebrado e nunca mais voltaríamos a ter pássaros nevados geneticamente estáveis como os selvagens.

Existe uma enorme variação, no que toca a canários nevados e o grau de “névoa”, dureza das penas, largura e comprimento variam bastante.

Sendo assim, existem nevados com maior “névoa”que outros e se compararmos penas de uma mesma região, verificamos que nos mais nevados (com maior névoa) as penas são mais largas e o lipocromo tem maior dificuldade de atingir as pontas e daí resulta a existência das tais névoas que correspondem às extremidades das penas, onde o lipocromo não consegue chegar.

Ou seja, o lipocromo não consegue atingir as extremidades das penas, quando estas possuem barbas e bárbulas (são os canais presentes nas penas, por onde o lipocromo circula e se distribui) mais longas.

Em Penas com barbas e bárbulas mais curtas,o lipocromo já consegue chegar mais facilmente até às extremidades e consequentemente a plumagem apresenta menor névoa.
Se cruzarmos este tipo de pássaros ( com névoa curta) ao fim de algumas gerações eles não apresentam praticamente névoa nenhuma, por isso não podemos somente basear-nos no facto de um canário possuir névoa ou não.

Existem vários tipos de nevados, muito diferentes e devemos ter isso em atenção sempre que seleccionarmos aves para cruzar.

As penas dos intensos são mais compridas e estreitas e possuem bárbulas mais curtas que nos nevados contudo existem intensos com características muito variadas e em raças de penas longas, praticamente todos os intensos tem uma névoa ainda que muito ligeira, por isso definir um intenso é algo controverso.

Ao contrário do que se pensava, hoje em dia existem dúvidas em afirmar que o factor intenso é um gene letal.

Acasalar intensos entre si reduz de facto a largura das penas e torna-as mais rígidas, contudo, pensa-se que, o gene responsável pelo intenso, quando em homozigotia contribui para que as aves tenham tendência a ser mais nervosas, além de outras influências que não estão devidamente estudadas e comprovadas.

Tal como nos nevados, também nos intensos podemos afirmar que existem vários tipos de intensos e a metodologia a seguir será sempre a de analisar devidamente o tipo de penas dos pássaros que pretendemos cruzar e os objectivos que queremos atingir e ponderar se realmente esse cruzamento será o ideal .

Cruzar intensos entre si, ou nevados entre si terá de ser algo bem analisado e não deve tornar-se uma prática irreflectida, pois esses cruzamentos, especialmente a longo prazo, trarão problemas, daí que os acasalamentos mais aconselhados, pelo reduzido risco que envolvem, serão os acasalamentos entre nevados e intensos, contudo no caso particular dos Glosters, a maioria dos glosters são nevados, pois os intensos nunca conseguem ter as características de pena necessárias e é prática corrente cruzarem-se nevados entre si, contudo devemos ter sempre em atenção se as penas já não estarão num estágio exageradamente nevado e senão nos trarão problemas, se assim for e se o cruzamento for possível, podemos então cruzar nevados com nevados, contudo não o devemos fazer por mais que 3 anos e após esse período os descendentes devem ser cruzados com um intenso ou com um filho de um intenso.

Usar o filho de um intenso tem vantagens, pois assim conseguimos melhorar a qualidade das penas e por outro lado não sendo intenso, apresentará já uma melhor forma, quando comparado com um intenso.

Para concluir, não devemos reduzir a ideia somente ao facto de atender se um pássaro é nevado ou intenso, devemos fazer mais que isso e observar bem as características da estrutura das penas de cada pássaro independentemente de ser intenso ou nevado.

De referir também que nos nossos cruzamentos temos que utilizar pássaros que não sendo de “campeões”, possuam características de pena e não só, que serão muito úteis para fixar determinadas características no plantel e para criar “campeões” sobretudo a longo prazo.

Nota:
Um intensivo (yellow) que tenha uma cauda larga, plumagem baça e que tenha penas que não sejam firmes e apertadas, não deve ser usado para criação."

Fonte: Pesquisa Diversa

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