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A criar canários desde 1982 - STAM 666H
Criamos atualmente - Gloster Fancy, Arlequim Português, Lipocrómico Vermelho

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Principais Títulos

Campeão Mundial

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Arlequim Português; Gloster Fancy e Isabel Vermelho Mosaico

Campeão Internacional COM - Atlântico
Campeão Internacional COM - Reggio Emilia

Arlequim Português

Campeão CCAP - Clube Canário Arlequim Português
Arlequim Português

Best in Show Monográfica Terras do Sado
Arlequim Português

Best in Show GCP - Gloster Clube Portugal
Gloster Fancy

29/03/10

Amigos

No passado fim-de-semana, estiveram no nosso Canaril dois amigos, ambos criadores, o Nuno Coimbra de Exóticos e o Pedro Alexandre de Canários.

Para além de amigos e criadores, são também como nós, Sócios Fundadores do Clube Ornitológico de Tondela, a Ornitologia na Beira Alta.

Este convivio, é para nós gratificante e prática habitual, não só receber amigos no nosso Canaril, como visitar o deles.

É sempre bom acompanhar as criações, trocar umas ideias, observar os juvenis e o potencial que podem ter.

É sempre bom estar com amigos.

Isabel Vermelho Mosaico - 1ª Postura - Jaula 24

Jaula 24

Nesta ninhada de Isabel Vermelho Mosaico, a companhia de um Gloster Fancy.

28/03/10

Llarguet - Standard

Fotografia: Paco Ibi

1 – POSIÇÃO – 20 PONTOS

Erguida, formando um ângulo de 60º.

2 – CORPO PEITO E DORSO – 20 PONTOS

Corpo: alongado, ligeiramente cilíndrico e fino.

Dorso: estreito, delgado, sem proeminências.

Peito: estreito, delgado sem proeminências.

3 – ASAS E CAUDA – 15 PONTOS

Asas: muito longas, aderentes ao corpo, sem se cruzarem.

Cauda: muito longa, estreita e ligeiramente bifurcada, terminando em forma de M.

4 – TAMANHO – 15 PONTOS

Mínimo de 17cm.

5 – CABEÇA E PESCOÇO – 10 PONTOS

Cabeça pequena e oval, com bico cónico e bem proporcionado.

Pescoço médio, delgado, destacando a cabeça do corpo.

6 - PLUMAGEM E COR – 10 PONTOS

Plumagem curta, lisa, compacta e aderente ao corpo.

Cor uniforme ou variegada. É admitido o vermelho.

7 – PATAS E COXAS – 5 PONTOS

Patas longas e ligeiramente flectidas.

Coxas visíveis e cobertas de penas curtas.

8 – CONDIÇÃO GERAL – 5 PONTOS

Saúde e higiene perfeitas e boa adaptação à gaiola de exposição.

O LLARGUET ESPANHOL

Fotografia: Paco Ibi

Esta variedade de canário apareceu em Espanha na região de Castellon por altura de 1975. Foi posteriormente aparecendo nas várias exposições com realce para os Campeonatos de Espanha de Denia 1994, Alicante 1995 e finalmente Reinosa 1996, a Comissão Técnica de Porte reconhecia-o como raça de porte para Espanha, com o nome de LLARGUET ESPANHOL, decisão referendada por Assembleia da F.O.C.D.E. em Junho de 1997, em Madrid.

Assim, a partir desse ano pode ser apresentado em concursos, para posteriormente o ser à C.O.M. com vista ao seu reconhecimento internacional e cuja homologação oficial aconteceu em Janeiro de 2003 no Campeonato Mundial em Amiens-França.

Llarguet


Fotografia: Autor Desconhecida

Llarguet


Fotografia: Paco Ibi

Llarguet


Fotografia: Paco Ibi

Llarguet


Fotografia: autor desconhecido

Llarguet


Fotografia: Paco Ibi

Llarguet


Fotografia: Autor Desconhecido

Bernois

Fotografia: Paco Ibi

"1-Introdução

Pela primeira vez, em um Campeonato Brasileiro, foram apresentados, em Florianópolis, canários da raça Suíça, denominados "Bernois".

Esta raça, de origem obscura, surgiu no final do século XIX, segundo WALKER. À um senhor Wyss, de um subúrbio de Berna, é atribuída sua criação. Segundo consta, originou-se da mestiçagem entre o Yorkshire da época (1870) com canários que existiam na região. Há possibilidade que o velho canário Holandês possa ter sido utilizado.

Pouco se falou da raça até 1910, quando os primeiros foram apresentados em uma exposição em Berna. Logo uma associação foi formada para promover a raça e estabelecer um padrão que é, praticamente, o mesmo utilizado nos dias de hoje.

Os criadores atuais alegam que a raça é difícil de criar, que os problemas que existem com as raças de maior tamanho são também comuns. A maior dificuldade segundo consta, é a relutância das fêmeas em alimentar seus filhotes.

São admitidos nos concursos em classes separadas os intensos e nevados, tanto nas formas lipocrômica, como melânica ou pintada. Não são permitidos os colorantes artificiais.

Um Bernois de qualidade se posiciona bem ereto, tendo entre 16,0 e 17,5 centímetros de comprimento. A cabeça necessita estar ereta. É relativamente curta, com o topo quase plano, formando com a nuca um ãngulo de quase 90 graus.

Uma cabeça semelhante a do excepcional tenista andré Agassi, é perfeitamente a forma qiue deve ter o Bernois ideal. O pescoço é perfeitamente definido mas não é longo. O peito deve ser amplo, afunilado em direção às pernas. As costas devem ser longas e ligeiramente abauladas. As asas devem ser longas, bem assentadas, não se cruzando e a junção das asas ao corpo deve ser claramente visível e não escondidas por penas do pescoço ou do peito. A cauda é proporcionalmente longa. As pernas com as coxas visíveis e emplumadas canelas longas, ficam colocadas quase na vertical. A plumagem deve ser compacta.

Poucos exemplares aparecem em exposições fora do pais de origem, com a exceção dos campeonatos mundiais, mas está crescendo sua presença em vários países europeus.

2-O Bernois no Brasil

Por volta de 1980, num lote de pássaros importados, havia dois que poucos criadores brasileiros tinham, visto.

Fui vê-los na casa do José do Egypto e identifiquei-os tão logo botei os olhos neles.

O macho nevado apresentava praticamente todas as características da raça, inclusive excelente posição no poleiro. A cabeça de acordo com o padrão, o encontro das asas bem destacado e o tamanho compatível. A fêmea intensa, deixava à desejar em alguns aspectos, mas a cabeça e o encontro das asas não deixavem qualquer dúvida quanto a raça. Segundo me lembro, os pássaros foram adquiridos na casa do José pelo "cometa" Abraão Abressor e acabaram desaparecendo.

De lá para cá nada havia surgido em exposições, apesar de alguns criadores terem tentado importar e outros construir a raça com mestiçagem.

Em Florianópolis, no ano passado, foram apresentados alguns que jã haviam sido considerados como pertencentes à raça nos clubes onde concorreram.

Eram seis canários, mas um deles não apresentava o mínimo de características desejáveis.

Os outros cinco foram classificados: 3 intensos e 2 nevados.

Os dois vo Vanderlei oriundos de importados, como suponho que seja o do Bartoli. Os dois do Ramalho sé feitos em casa, o que vim a saber após julgá-los.

Não sendo pássaros excepcionais, apresentavam as características que os distinguem das outras raças de canários de porte semelhantes, com a deficiência comum do posicionamento elevado, culpa dos criadores que, como todos os brasileiros, não treinaram seus canários para apresentação em concurso.

O trinamento não é complicado, só demanda tempo. Um cartão colocado entre duas gaiolas que obrigue o pássaro a se esticar para observar o que se passa ao lado; a verdura colocada no alto, afastada do poleiro e uma gaiola com um poleiro central mais elevado resolvem satisfatoriamente o problema, tudo isto associado à um passar de uma vareta nas grades quando o pássaro estiver em posição. O condicionamento pode ser conseguido em poucos meses.

Conversnado com o Vanderlei, vim saber que os criadores que cederam os pássaros a ele, ficaram encantados com a fotografia publicada em nosso manual de julgamento mas ela é de um campeão mundial.

O juiz que fez o comentário sobre o pássaro, fez restrição apenas à posição. Mas convenhamos, fotografar pássaros, principalmente em gaiolas especiais e em posição de concurso, é tarefa nem sempre bem sucedida, mesmo para os grandes mestres como Dennis Avon.

Quando aos pássaros do Ramalho sé, não sei como foram conseguidos, mas seu trabalho é digno de elogio.

Precisa agora como juiz, escrever um trabalho sobre o que foi feito para difundir e possibilitar à outros que tendem o que conseguiu com sucesso.

3-Conclusão

Como bem disse o Vanderrlei, já podemos dizer que no Brasil já existem canários da raça Bernois.

Cabe aos criadores que conseguiram estes pássaros, manter sua presença nos concursos, o que não será tarefa fácil, pois, face a quase impossibilidade de importação e de conseguir pássaros da raça, mesmo na Europa, desenvolver como o Ramalho Sé os Bernois "Made in Brasil", é uma boa solução. "

Fonte: José Luís de Castro Silva
Revista Brasil Ornitológico Nro 43
Arquivo editado em 07/09/2002

Bernois


Fotografia: Paco Ibi

"Origem Berna Suíça

Histórico

A Origem desta raça remota ha mais de um século (1800). Ao Sr. Wyss, de um subúrbio de Berna, é creditada sua criação. Vem de cruzamentos entre o Yorkshire e um canário denominado `` do pais´´. Este ultimo pode ser o ``velho Holandês´´, mas não se tem certeza, apesar da possibilidade de que o fosse.

Pouco se ouviu falar da raça até 1910, quando os primeiros pássaros foram expostos em Berna, cidade que lhe deu o nome. Uma associação foi formada e um padrão estabelecido que persiste ainda, idêntico ao original. Apesar de possuir algumas características comuns aos antigos Yorkshire a raça tem no seu padrão características que a diferenciam bem da raça de origem.

Pouquíssimos destes pássaros chegaram ao Brasil e praticamente estão ausentes em todas as nossas exposições.

Mesmo na Europa, excluindo o pis de origem, aparecem em numero reduzido na Bélgica e Holanda e nos Campeonatos Mundiais COM-HN.

O Bernois Ideal

É um passaro de posição elevada semelhante a do Yorkshire. A cabeça é curta, com a nuca quase a 90º com o topo plano, pescoço bem definido e longo. O bico é forte e os olhos praticamente centrados em relação a distancia da base do bico a nuca.
O corpo é arredondado, com a linha do peito e das costas em curva que afunila em direção a cauda.

As asas são longas, coladas ao dorso, mas com implante bem saliente dos ombros. A cauda em linha reta com a metade inferior do dorso é compacta, com as pontas das retrizes alinhadas.

As pernas são compridas, pouco fletidas, com as coxas bem aparentes. Os pés são bem semelhantes aos do Yorkshire.

A plumagem é cerrada e são admitidas todas as cores, menos a de fundo vermelho.
O tamanho ideal varia entre 16 e 17,5 cm.

Este texto foi extraido do manual de julgamento, da FOB ou OBJO."

Bernois

Fotografia: Paco Ibi

Bernois

Fotografia: Paco Ibi

Criar Canários sem Complicações

"Com base em quatro princípios elementares qualquer pessoa pode criar canários, diferenciando, apenas, o interesse de alguns em selecionar um plantel de qualidade ou não. O fundamental para o êxito de uma criação está baseado nos fatores seguintes:

1) SAÚDE: é necessário que o pássaro possua boa saúde e seja jovem;

2) HIGIENE: o ambiente, utensílios de uso, poleiros, grade e fundo das gaiolas devem ser mantidos sempre limpos e desinfetados com cloro.

3) LOCAL: para acomodação das aves confortavelmente para que possam reproduzir tranquilamente, é indispensavel a reserva de espaço para tal, não sendo conveniente o uso de varanda, cozinha, área aberta de serviço ou quintal ao ar livre. Luz natural no ambiente é importante, evitando porém, durante a noite, incidência de iluminação sobre as gaiolas.

4) ALIMENTAÇÃO: o canário é granívoro. O alimento necessário para sua sobrevivęncia é composto de grãos (mistura). Neles são encontrados proteínas, hidrato de carbono, gorduras e fibras. Como alimentação complementar, farinhada com ovo e verduras verdes e frescas três vezes por semana. Não devem faltar areia para facilitar a digestibilidade.

Cada criador tem um modelo próprio valendo-se de experiência de outros ou criando o seu sistema. Contudo, nenhum sucesso será alcançado se os itens citados acima não forem observados rigorosamente.

Como são várias as raças de canários que podem ser criadas, recomenda-se que o criador iniciante se relacione com outros mais experientes, visite exposições dos clubes e leia tudo relacionado com criação de canários. Escolhido a raça ou cor que mais lhe interessa, não é demais aconselhar-se com criadores mais experientes antes de uma decisão final. Recomenda-se que no primeiro ano, o iniciante constitua um plantel de quatro e dez casais no máximo de preferência de cores clássicas.

Eis algumas regras importantes que revelam bom estado de saúde:

a) o canário deve demonstrar vivacidade, isto é, estar mudando sempre de posição.

b) As penas devem estar “coladas” ao corpo. Penas estufadas podem evidenciar alguma doença.

c) Olhos sempre vivos e alegres.

d) As fezes dispostas no fundo da gaiola tęm de ser consistentes e acompanhadas de um pouco de humidade, que é a urina. Fezes muito diluídas podem ser sintomas de diarréia.

e) Os pés devem ser isentos de protuberância e excesso de escamas.

f) Deve-se soprar a cloaca e o abdome para verificar se a cor de pele é uniforme e rosa-avermelhada. Sinais roxos ou veias aparentes podem indicar problemas. Peito magro com aparecimento do osso também não é bom sinal. Recomenda-se pedir ao criador que cedeu o exemplar o máximo de informações sobre o pássaro a ser adquirido. Se macho, de que fatores é portador, as fêmeas normalmente exteriorizam o que portam, ŕ exceçăo do fator opal, recessivo, ino em mosaico.

g) É preferível adquirir filhotes do ano, pois pássaros mais velhos podem não revelar-se bons reprodutores nas estações de criação. Os canários de porte em geral são melhores reprodutores no segundo ano.

h) É conveniente colocar o pássaro ao ouvido para detectar algum problema respiratório. Guinchos e chiados não são boa indicação.

Finalmente, recomenda-se que o criador iniciante procure aclimatar seus pássaros (principalmente as fêmeas) comprando-os pelo menos dois meses antes da temporada de acasalamento."

Fonte: Revista 3C-centro criadore de canários /98

No regresso das Exposições


"A época das exposições é apenas iniciada, em qualquer criadouro profissional ou amador, mesmo se nestes últimos em medida mais limitada, têm-se iniciado um período de intensa atividade, no qual a cada semana os pássaros são enviados ou retornam das exposições.

Estes exemplares que estão para receber ou já receberam maltratos de viagem, contactos com outros pássaros, alimentos e tratamentos nem sempre adequados, choques psicológicos pela presença prolongada de gente numerosa e temperatura e ambientes muito quentes ou muito frios, mudanças de temperatura e correntes de ar, todos elementos negativos para o equilíbrio e a saúde física de um pássaro, que poderão ter consequências decorrentes de exposições sucessivas, sobre seu rendimento reprodutivo.

Há necessidade de particulares atenções sobre estes elementos negativos.

É boa norma antes de enviar pássaros às exposições, dar-lhes condições de superar sem consequências danosas todos os riscos citados, de tratar preventivamente com um bom desinfetante ou algum antibiótico adequado, de largo espectro de ação, fortemente vitaminizado, bem como isolar os pássaros ao retorno das exposições, mantendo-os em observação por um suficiente período de tempo, a fim de evitar introduzir na criação qualquer tipo de doença.

Igual precaução deve ser tomada em relação a todos os pássaros recém adquiridos.

Quem não adquiriu o necessário para o seu programa reprodutivo da nova estação de cria, tem que faze-lo o mais rápido possível, seja porque pode escolher melhor, seja porque as novas aquisições necessitam para adaptar-se aos novos locais, companheiros, proprietários e sistemas de criação, de muito mais tempo que um amador pense.

Uma aquisição tardia é sempre mais custosa e nem sempre satisfatória em relação às qualidades requeridas pelo criador, além disso constitui-se num risco, não tendo ele tempo para estudar e conhecer as qualidades e defeitos do pássaro adquirido, assim como desfruta-lo no melhor de suas possibilidades.

É necessário também ter consciência de que as novas aquisições, mesmo nada havendo a se objetar do ponto de vista sanitário, estavam imunizadas contra os insídios de uma carga bactéria específica da criação de origem, e que na nova poderia entrar em crise por uma taxa diferente de germes por intensidade e especificidade, que ao organismo destas novas aquisições requeria algum tempo para aprontar as defesas imunológicas necessárias para enfrenta-los com sucesso.

Em caso de subjugação a estas bactérias por escassa reação imunológica do pássaro, por causa do cansaço, stress, choques psicológicos, doenças latentes, é necessário intervir logo com uma associação antibiótica de largo espectro para ajudar o pássaro a superar a crise e impedir que o desenvolvimento agudo de uma doença infecciosa ou difusa dizime a criação. "

(copyright “Ucelli” – Tradução: Ângelo Nese – Salvador Bahia Revisão de Antonio Carlos Martins Soares)

Revista SOI – 1997
Arquivo Editado em 21/09/2002

Preparando Canários para Concurso

"A Canaricultura é pródiga em novidades, Neste artigo, no entanto, que se deve tomar na preparação dos canários para concurso.

É lógico e oportuno dizer, que não se obtém pássaros excelentes com quaisquer matrizes. Isso não significa que apenas os reprodutores excelentes dão filhotes excepcionais. Na verdade, além da qualidade dos reprodutores, e principalmente, o que conta é o património genético que eles carregam. Portanto, o primeiro cuidado que se deve Ter é adquirir pássaros de bons criadores, que apresentam um histórico de bons resultados nos concursos, garantia de que a linhagem dos pássaros é boa e consistente.

Também é básico comentar que as instalações do criadouro devem ser adequadas. Deve-ser Ter sempre a preocupação em garantir a higiene necessária, o que não quer dizer no entanto um ambiente de sala cirúrgica, que muitas vezes é até prejudicial. O criadouro deve terboa aeraçăo, iluminação suficiente, temperatura mais ou menos constante, gaiolas confortáveis para os pássaros. A facilidade oferecida ao manejo permitirá manter os canários com boa saúde, o que já é meio caminho andado na preparação para o concurso.

Tomando todos esses cuidados iniciais ŕ criação. Não se esqueça de preparar os reprodutores adequadamente para a temporada de cria! Reprodutores saudáveis apresentam invariavelmente melhores resultados.

O primeiro cuidado que se deve ter, visando o concurso, é no anilhamento dos filhotes. Não se deve deixar para anilhar os rebentos muito tarde, sob o risco de aleijá-los. É um dos fatores mais comuns de desclassificaçăo o aparecimento de canários com dedos quebrados e tortos, que muitas vezes passam desapercebidos até omomento do julgamento. A idade ideal para op anilhamento é por volta dos sete dias, mas pode variar consideravelmente, dependendo do desenvolvimento da ninhada. O importante é observar o tamanho dos filhotes, fazendo um teste se for necessário, para anilhá-los no momento certo. Uma substância oleosa qualquer pode ajudar a colocar o anel, se o filhote estiver muito desenvolvido. Normalmente, dez dias após o nascimento já năo se consegue colocar a anilha. É conveniente também ficar atento para detectar as canárias que rejeitam os filhotes anilhados. Fato muito comum, pode ser contornado em geral através de alguns truques, como por exemplo, a fixação de anéis na borda do ninho, cobrir os anéis com esparadrapo cor da pele ou pintar os anéis com esmalte escuro. Neste último caso, após a separação dos filhotes é bom retirar logo o esmalte, para garantir que não haja um descuido de levá-lo ao concurso com o anel colorido, que provocará sua desclassificaçăo.

A administraçăo da cataxantina é também muito importante. No nosso país os canários devem ser apresentados nas exposições com as penas totalmente carotenadas. Portanto, o mais aconselhável é fazer os pássaros comercataxantina desde o nascimento. Dessa forma, a cor ficará mais facilmente homogénea e não será necessário arrancar as penas grandes na primeira muda, pois os canários só as trocam naturalmente na Segunda. O arrancar de penas é, com certeza, um procedimento agressivo para os pássaros e perigoso, pois pode provocar o surgimento de quistos na plumagem, além de algumas asas quebradas para os criadores menos hábeis. Se não houver opção, o arranque das penas deve ser feito muito cuidadosamente, em pelo menos duas etapas. Considerando que essas penas levam cerca de 35 dias para crescer totalmente, deve-se programar a primeira etapa do arranque para aproximadamente 90 dias do concurso. Após um intervalo de 35 a 40 dias, tira-se o restante das penas. Cabe ainda observar que a quantidade de cataxantina a ser administrada deve ser calculada verificando-se a cor das fezes dos pássaros e somente quando elas estão vermelhas, tem-se a certeza de que a quantidade está correta. Não é necessário servir a cataxantina todos os dias. Há vários anos só sirvo em dias alternados com resultados perfeitos.

O banho é o maior aliado do criador na preparação dos pássaros para concurso. Além de manter os pássarossaudáveis, traz inúmeros benefícios para a plumagem (exceto para os canários frisados). Se possível, deve-se dar banho aos canários diariamente. E m último caso, pelo menos faça-o uma vez por semana. O banho deve ser natural permitindo-se que os canários usem por si só as banheiras. A pulverização de água, por exemplo com uma mangueira de jardim ou um pulverizador de plantas, não permite que o pássaro se prepare para o banho. Se ele resolver usar a banheira naturalmente, observe que fará uma preparação, espalhando pela plumagem uma secreção produzida nas glândulas do uropígio, que é o que os pássaros fazem na natureza. Se houver um acúmulo de sujeira, pode-se lavar as penas da cauda e das asas com uma escovinha macia e sabão neutro, tipo sabão de coco. Isso deve ser feito com muito cuidado para não arrancar as penas, de preferência com água corrente.

A alimentação servida aos pássaros deve ser bem equilibrada e conter sementes oleosas, como a linhaça em quantidade adequada, o que também favorece uma boa plumagem. Na farinhada pode-se colocar um pouco de óleo de girassol, se for necessário. Na proporção de cinco gotas para cada ovo cosido utilizado.

Logo após a separação dos filhotes , é conveniente observar aqueles da linha clara que tenham também manchas melânicas. Em geral é possível eliminar essas manchas pelo simples arrancar das penas, ainda que ŕs vezes seja preciso fazę-lo mais de uma vez. O que o criador não deve esquecer é de avisar ao eventual comprador sobre o defeito do pássaro!

Os filhotes devem ser mantidos em quantidades compatíveis com o tamanho das gaiolas ou voadeiras utilizadas. O excesso de indivíduos é prejudicial, pois a disputa pelo espaço e pela comida normalmente provaca brigas, o que muitas vezes traz danos irremediáveis á plumagem.

Deve-se ter ainda especial atenção com a limpeza dos pés. Produtos como uma soluçăo de glicerina fenicada a 3% permitem manter os pés livres das indesejáveis escamas.

As unhas e o bico podem e devem ser aparados, desde que o criador faça-o cuidadosamente, preocupando-se em mantę-los com a aparência natural, Pode-se usar um cortados de unhas para apará-los, fazendo-o no caso das unhas no mesmo sentido da sua curva. Os bicos podem ser também acertados com uma lixa fina que muitas vezes funciona até para retirar pequenas manchas.

Os canários vermelhos e os que precisam mostrar as melaninas marrons oxidadas, como os feos e os pastéis canelas, năo podem ser expostos constantemente ao sol. De preferęncia devem ser conservados na parte mais escura do criadouro. Com apenas breves exposições ŕ luz solar direta.

Por fim, ao transportar os canários para exposição o criador deve tero cuidado de fazę-lo em gaiolas ou transportes bem limpos, em quantidades compatíveis com o espaço. Muitos canários de estragam nesse mínimo tempo.

Seguindo esses pequenos conselhos, você já poderá apresentar seus pássaros em bom estado. Mas não se iluda, na canaricultura há sempre o que aprender!. "

Fonte: Arnaldo Silva Araújo

4 Tópicos na Criação de Canários

Ambiente

Um elevado número de canários em um espaço insuficiente acarreta:

-aumento da quantidade de fungos;
-germes patogênicos;
-vírus;
-unidade excessiva;
-muito pó em suspensão;
-excesso de anidro carbônico;
-produtos em putrefação;
-pouco oxigênio disponível.

Para o dimensionamento do criadouro leva-se em conta o seguinte:

V=volume do criadouro em m3, para uma ventilação normal.
P=população do canaril.
C=quantidade de casais

V=0,2 X P; P=8 X C; V=1,6 X C ou C=V/1,6, sendo oito, o número de indivíduos em um casal, admitindo que cada casal gere seis filhotes, portanto 2+6=8.

Exemplo:

Em um local de V=16,8 m3, isto significa um espaço de 2,0X3,0X2,8 metros em dimensionamento, poderemos colocar:

C=16,8/1,6 = 10,5 ou simplesmente dez casais.

Porém, se o local não for forrado, permitindo uma aeração constante, esse número pode ser aumentado para 24 casais.

Higiene

Nas bandejas do fundo, coloca-se jornal para melhor absorção da umidade e que deve ser trocado de dois em dois dias. Lavar diariamente os bebedouros, periodicamente trocar os comedouros, para eliminar poeira das sementes, os recipientes de ração devem ser diariamente limpos para não ser oferecido alimento azedo ou mofado e também a grade de piso lavada pelo menos uma vez por semana.

Sanidade

Ficar atento para toda e qualquer modificação no comportamento do pássaro.

Toda vez que isso acontecer, verifique as fezes, se estiverem bem mole, pastosa, verde, preta ou esbranquiçada, em qualquer uma destas situações você poderá estar diante de um quadro clínico bastante complexo.

Não invente, nem tente fazer mágica, procure um profissional, que através dos exames de fezes irá resolver o problema, lembre que um canário doente pode contaminar todo o plantel, e a consulta não custa mais que todos os seus pássaros mortos.

Lembro neste tópico que peito seco não é doença e sim conseqüência de um progressivo emagrecimento, e isto se dá por vários motivos:

-desnutrição protéica;
-ácaro nasal;
-bactérias diversas;
-micoplasmose;
-micotoxicoses;
-parasitoses;
-protozoozes;
-viroses e
-intoxicações crônicas.

Na canaricultura deve-se evitar a proliferação de qualquer doença, para isso o tratamento preventivo é o mais importante do que o curativo. "

Fonte: Hernando N. Salles
Revista UOVP-Junho 1996
Artigo Editado em 28 Dez 2003

Baixa Fertilidade


Redução na Produção de Ovos e Fertilidade

"Existem várias causas que podem levar a queda de produção de ovos, podendo ser afetada de modo leve ou brusco, dependendo da gravidade e associação de problemas simultâneos ou não. Podem levar desde uma queda de produção de ovos ou mesmo grau eclodibilidade dos mesmos. Podemos associá-los desde:

1) Problema de Manejo

Podem afetar a produção e fertilidade desde problemas como:

a) alta densidade de gaiolas - ocorrendo super população no recinto, com alta taxa de lotação, facilitando a disseminação de doenças e mesmo estresse, caso as aves sejam de caráter territorialista;

b) não fornecimento de ração ou alimentação em grãos e complementos em quantidades e qualidade, não fornecendo assim uma dieta mínima saudável às aves;

c) sem iluminação suficiente e satisfatória, pois não permite maturação sexual adequada das aves;

d) grandes variações de temperatura (muito frio ou muito quente), favorecendo estresse térmico.

2) Nutrição

a) consumo de alimento balanceado para produção e postura. Cuidado com as rações muito calóricas (energéticas) que fazem com que as aves engordem e com isso diminuam e dificultam o cruzamento postura e eclosão de ovos. Alimentos fracos atingem diretamente a qualidade do ovo, diminuem eclosão de ovos e mesmo postura;

b) água de boa qualidade - água com contaminantes facilitam problemas intestinais, aumentam perdas de nutrientes e enfraquecem nossas matrizes;

c) evitar mudanças bruscas de alimentação;

d) deficiências nutricionais:

Falta de proteína: faz com que ocorra menor crescimento e redução da produção e tamanho de ovos.
Baixa energia: é muito necessária na produção de ovos.

Falta de vitaminas: pode mucosas e diminuição da postura, diminuição da eclosão de ovos e aumento de mortalidade de embriões.

Exemplos:

Deficiência de vitamina A: diminui postura de ovos e sua eclodibilidade, por morte de embrião.
Deficiência de vitamina D: importante na formação de casca de ovos.
Deficiência de vitamina E: embrião pode morrer a partir do 4°. dia.
Deficiência de vitamina K: morte do embrião na fase final.
Deficiência de vitamina B2: diminui número de ovos e morte em fase
intermediária de incubação.

Minerais:

cálcio e fósforo - importante na formação da casca de ovos juntamente com vitamina D. A falta de cálcio é marcada pó ovos de casca mole e fina e diminuição de postura.
magnésio - importante na composição da casca de ovo.

e) tóxicos:
micotoxinas: são toxinas produzidas por fungos, podendo afetar
diretamente na qualidade de ovos e aparelho genital feminino (podendo alterar as cascas - cascas moles).

Drogas:

1. coccidiostáticos: são drogas controladoras de coccidioses, que podem levar a: diminuição de postura, ovos de casca mole, fina, áspera e despigmentada (causada por medicamentos à base de sulfa), ovos menores, gema de coloração anormal, diminui índice de eclosão (causados por medicamentos à base de nicarbazina).
Obs: lembrar que após parar a medicação tudo volta ao normal (ás vezes pode haver um intervalo de 2 semanas para normalização).

2. inseticidas: diminui produção.

3. fungicida: diminui produção.

4. veneno de rato: diminui produção e ás vezes cascas alteradas.

a) parasitas: parasitas externos: piolhos, ácaros, leva à irritação e conseqüente estresse e diminuição de produção, parasitas intestinais: podem levar a queda de resistência. Diminuição de absorção de nutrientes, enfraquecimento e fatalmente baixa de produção e eclosão de ovos. Alguns vermes podem aparecer dentro de ovos.

b) vírus

c) bactérias: salmonelose, micoplasmose, coriza aviária, colibacitose, cólera aviária, etc. Causadoras de diferentes males que levam a queda da produção e eclosão de ovos.

persistência de ovário e oviduto direito cistos de ovários alterações hormonais trânsito de ovo mais rápido ou mais lento no oviduto (levando a maior ou menor deposição de cálcio)

Outros

Como vimos há dezenas de causas que levam a uma diminuição de postura, queda de qualidade de ovos, defeitos de casca e, enfaticamente, decréscimo e queda de eclosão de ovos, levando a um menor índice de nascimento de filhotes, em nossos planteis.

São alterações que muitas vezes são de fácil controle e correção, mas por ignorarmos tais problemas tentamos conviver e mascarar o(s) mesmo(s).

E claro que, sempre que tivermos um bom índice de eclosão e filhotes crescendo e vingando, podemos ter certeza de que nosso criadouro encontra-se em bom caminho. Controle higiênico, ambiental, manejo, controle sanitário e nutricional adequados refletem-se no sucesso de criação.

Alguns criadores muitas vezes ficam abaixo das expectativas e devem procurar auxílio de outras mais experientes e de profissional técnico.

Médicos veterinários, zootecnistas e criadores de renome não devem ser esquecidos e têm como função básica orientar, para melhorarmos dia-a-dia técnicas de criação.

Estamos engatinhando na criação de aves silvestres e quão bom seria se um dia pudéssemos ter e procriar espécies, hoje, raras e tidas como "impossíveis" de criar. Devemos a esse feito agradecer a pessoas dedicadas a um projeto de vida e de consciência ecológica."

Fonte: Luiz Alberto Shimaoka
Médico Veterinário CRMV SP – 6003
Revista Expo COP 2004

A importância de uma alimentação equilibrada


"Existe uma tendência dos criadores antigos, alimentarem as aves com o que Ihes apetecem, em vez de fazê-Io corretamente, de acordo com experi­mentos desenvolvidos por órgãos de pesquisa.

Vários trabalhos têm comprovado que os pássaros não conseguem nu­trir-se de acordo com as necessidades de seu organismo. Para efeito de exemplificação, podemos comparar a nutrição dos pássaros à de uma criança de menos de 3 anos. Se nós servir­mos uma refeição com: carne, salada, frutas sorvetes, doces, bolos etc., po­deremos afirmar que a criança come­rá doces, bolos e sorvete primeiro e cer­tamente não comerá nada além de açú­car e carboidratos.

A mesma situação poderá ocorrer quando nós oferecemos aos pássaros de gaiola, misturas de sementes ou qualquer outra combinação heterogénea de alimentos. Ela pega­rá aquilo que melhor lhe convier (se­mentes de girassol, amendoim) e des­prezará os demais (espinafre etc.).

Ainda com relação aos fatores nutricionais, devemos dizer que a melhor consideração sobre a nutrição das aves em gaiolas é o uso necessário dos componentes nutricionais dos alimentos: vitaminas, minerais, proteínas aminoácidos), gorduras e carboidratos (energia).

Para fazer com que as aves rece­bam quantidades adequadas desses nutrientes não é tarefa fácil para os nutricionistas, quanto mais para os criadores de um modo geral. Por exem­plo:

A. Vitaminas
As vitaminas são os elementos mais comuns e onde se encontra mais carência nas dietas das aves em gaio­las. Elas são necessárias para um cres­cimento normal e para a transforma­ção de energia e também para refazer o metabolismo. Podemos citar al­gumas das vitaminas necessárias e que devem ser incluídas nas dietas das aves em cativeiro:
Vitamina A, Tiamina, Riboflavina, Niacina, Piridoxina, Cianocobalamina, Biotina, Colina, Acido Eólico, Acido Pantotênico, D3, E e Vil. K.

B. Minerais
Os minerais também são essenciais para a saúde das aves, entretanto, não é muito considerado e até muitas vezes ignorado pelos "formuladores de dietas dos pássaros".
Os micros e macros minerais têm muitas e variadas funções e são tão importantes à vida como qualquer ou­tra classe de nutrientes. Uma das funções dos minerais é na formação e de­senvolvimento do esqueleto, regula o pH, a atividade osmótica e o transpor­te de oxigénio.

Os minerais que devem ser incluí­dos nas dietas das aves em gaiolas são: cálcio, fósforo, sódio, cloro, magnésio, potássio, manganês, molibdénio (xantina oxidase), zinco, ferro, cobre, selênio, iodo ele.

Experimentos
Trabalhos experimentais têm mostra­do que quando pássaros alimentados com sementes e complementados com vitaminas solúveis em água, são sub­metidos a exame clínico, essas aves apresentam deficiência crónica de um ou mais nutrientes, o que mostra é que o pássaro exibe sinais mais comuns de enfraquecimento em Vil. A, Vil. K, Cál­cio ou proteína.

Atualmente entre os nutricionistas, é aceito que a diferença alimentar e a nutrição imprópria pode ser uma das causas predisponentes mais co­muns para justificar morbidade nas aves de um modo geral.

Devemos salientar que o metabo­lismo das aves é completamente diferente ao do mamífero (incluindo o homem). A taxa metabólica das aves é muito mais alta do que a dos ma­míferos, desta forma, as aves reque­rem uma quantidade elevada de energia, deficiências são refletidas muito mais rapidamente que nos ma­míferos.

C. Aminoácidos
Os aminoácidos são a base de for­mação das proteínas e são provavelmente, os nutrientes de maior impor­tância da nutrição dos animais. No processo digestivo, as proteínas têm suas ligações quebradas e desdobra­das em aminoácidos (base) na for­mação de proteínas, os quais, são, então, absorvidos e transformados em proteínas usadas pelo organismo.

Normalmente, a maioria dos aminoácidos, podem ser encontrados em quantidade suficiente nos alimen­tos industrializados. Entretanto, quan­do as aves em cativeiro alimentam­se somente de sementes, certamente elas não receberão quantidades e qualidade de aminoácidos para sa­tisfazer suas necessidades nutricionais. As pesquisas têm mostra­do que a proteína de origem vegetal tem um valor biológico muito inferior a de origem animal (menor % de pro­teína digestível).

Os aminoácidos têm diversas fun­ções no metabolismo das aves, tais como: crescimento, manutenção, re­produção, restauração, hormônios, síntese de enzimas e pigmentação das penas. Podemos dizer que exis­tem quatro aminoácidos essenciais que devem estar presentes em quan­tidade e qualidade adequadas na dieta dos pássaros mantidos em gai­olas, são eles: metionina, lisina, triptofano e cistina.

D. Carboidratos
Nesta classe, podemos incluir os açúcares, amidos e fibra (celulose).

Os açúcares e amidos são fontes de energia primárias necessárias para proverem o alto nível de ener­gia metabólica requerida pelas aves.

As fibras (celulose) são importan­tes em funções próprias, no processo digestivo das aves. Nos pássaros ali­mentados com sementes, a ingestão de fibra é infelizmente baixa, pois a camada fibrosa da semente está na casca, que geralmente não é ingerida pelos pássaros, sendo dei­xada na gaiola como lixo.

E. Gorduras
Esse componente nutricional é também denominado de extrato etéreo. A gordura é um nutriente be­néfico na dieta das aves, como fon­te de energia e calor. Os ácidos graxos essenciais (base na formação das gorduras) são importantes na absorção de vitaminas lipossolúveis (solúveis em gordura). As sementes de girassol, açafrão e nozes são muito ricas em gordura, e ao mesmo tempo, bastante saborosas para as aves, fazendo com que as aves pre­firam essas sementes a outras e des­sa forma, ingerindo uma dieta desbalanceada nutricionalmente e muitas vezes ficando subnutrida (ex­cesso de energia e baixos aminoácidos / vitaminas).

Após todo esse comentário nutricional, o nutricionista tem tam­bém que estudar outros fatores que devem ser considerados para que se obtenha uma ingestão de nutrientes ideal.

1. Dieta deve ser balanceada nutricionalmente e estar sempre dis­ponível.
2. Dieta deve ser palatável, ta­manho e textura ideal.
3. Dieta deve ser ingerida pela ave.
4. Dieta deve ser ingerida (ingre­dientes corretamente selecionados isentos de aflatoxina etc.)
5. Deve ser absorvida pelo orga­nismo das aves.
6. Deve ser transportada e metabolizada.
7. Os ingredientes utilizados na dieta, devem ser controlados quanto a presença de fungos e qualquer agrotóxico.

Seguindo todos esses mandamen­tos, o nutricionista com certeza pode­rá solucionar o problema da grande quantidade de doenças nutricionais referidas, disfunção, comportamento e outras variadas condições, causa­da na maioria das vezes por mistu­ras (receita~ de fundo de quintal) ali­mentares. É de grande importância que o criador de pássaros em cati­veiro saiba que uma nutrição não­correta pode acarretar:

1-Perda de peso
2- Perda de revestimento das pe­nas
3-Raquitismo
4- Prostração e deformidade do esqueleto
5-Articulações deformadas
6-Fraqueza muscular
7-Hipotireoidismo
8-Hipocalcemia
9-Esterelidade
10-Deformidade
11-Reprodução
12-Ovos quebradiços
13-Problemas com ovário, oviduto
14-Sinusite, faringite
15-Alterações no papo
16-Problemas Respiratórios
17-Alterações do sistema nervoso central
18-Câncer
19-Obesidade (alto açúcar, alta gor­dura e baixa proteína)
20-Hepatose e outros

Após todos esses alertas aos nutricionistas, devemos salientar a importância e vantagens de termos uma ração formulada corretamente e de alta palatabilidade para as aves.

Benefícios das racões formuladas e peletizadas corretamente:

1. As rações peletizadas, são mis­turas homogêneas, feitas de diferentes ingredientes analisados quimica­mente e balanceados num completo formato nutricional. Esse é um concei­to que vem sendo usado pelos pes­quisadores e nutricionistas de todo mundo, para a alimentação de cães, gatos, coelhos, pequenos roedores, peixes, camarões, rãs etc.

2. As rações peletizadas são 100% aproveitadas, inclusive as fi­bras, e resulta em muito menos per­das, conseqüentemente, uma melhor conversão alimentar.

3. Uma boa ração peletizada é formulada, preparada, usando-se ingredientes de alto valor nutritivo (soja etc) e alta digestibilidade, de modo que o metabolismo das aves seja rá­pido e eficiente.

4. Uma ração peletizada de qua­lidade oferece um excelente controle nutricional para criadores e facilida­des de mercado. Certifique-se da qualidade do produto.


5. As aves alimentadas com ra­ções peletizadas podem, com frequência, ser tratadas pelo uso do peletesmedicados.

6. Este é o mais importante de to­dos os itens:

"Não há necessidade de suplementação alimentar, porque já existem todas as vitaminas, minerais (macros e micros), aminoácidos e áci­dos graxas essenciais etc., que são adicionados ao produto final". "

Fonte: Sérgio Marcondes César
Enge­nheiro Agrônomo formado pela ESALQ e pH.D em Nutrição Animal pela Universidade da Flórida. Artigo publicado na Brasil Ornitológico nº 02 7992

Importância da Biotina para Aves de Gaiola


" Também conhecida como vitamina H, este nutriente essencial para canários e agapornis consiste em um pó branco, cristalino, de difícil solubilidade em água e insolúvel em gordura, bastante estável ao calor, luz e ar, presente em verduras, frutas, derivados de arroz, certas sementes vegetais e leveduras.

As exigências nutricionais para esta vitamina são extremamente baixas (variam de 0,1 mg a 0,25 mg por quilo de farinhada ou ração completa), porém sua presença nos alimentos, via de regra, é extremamente baixa e em alguns casos, esta sob forma não biodisponível, isto é, a ave não consegue utilizar a Biotina do alimento (por exemplo a Biotina do trigo).

Funções Biológicas

A função da Biotina no metabolismo das aves está ligada as reações chamadas carboxilação, importante para desintegração de aminoácidos como leucina cisoleucina. Assim como a Biotina também está envolvida no metabolismo de ácidos graxos de cadeia longa (ácidos palmítico e esteárico).

Desta maneira, sabe-se que a Biotina interfere, por exemplo, na síntese de uma importante proteína para as aves: albumina sérica - proteína de transporte de grande parte das vitaminas do Complexo B e formadora da clara de ovo. Enzimas, como a amilase, que ajudam a degradar por exemplo o amido do milho, também dependem da Biotina para a sua formação.

Sintomas gerais da carência

Geralmente se manifesta de maneira muito branda, promovendo dermatites, aumento do número de cistos de penas, rachaduras nas patas.

O aparecimento da carência de Biotina se vê estimulado por fatores como:
- Ingestão de clara de ovo crua - Existe a presença de uma antivitamina H na clara do ovo, denominada "avidina". Para a nossa sorte, apenas a clara crua possui avidina e não é pratica comum fornecer ovos crus a canários e agapornis.

- Ingestão de dejetos de aves - Existe a presença de outra antivitamina H em dejetos de aves, denominada "straptavidina", mais uma razão para procedermos a limpeza nas nossas gaiolas com freqüência.

- Substâncias antibacterianas que alterem a flora intestinal e/ ou impeçam a absorção da vitamina H.

- Substâncias antidiarréias, como caolim, pectato, carvão, utilizados por períodos muito longos, "impermeabilizando" zonas intestinais de absorção de Biotina.

- Falhas genéticas ligadas a absorção intestinal, como acontece com certas cores de canários (mosaico) que parecem estar ligadas a diminuição do intestino delgado, principal sítio de absorção da vitamina H.

- Sintomas de carências :

Dermatites, rachaduras nas patas, queda na eclosão dos ovos e aumento dos cistos de penas (bolas).

A administração da vitamina H deve ser sempre preventiva, através de suplementação das farinhadas ou rações completas. Por ser a única no mercado a conter a vitamina H na sua formulação , indica-se o uso de 1 gr de BIOTINA (preparado em farmácia de homeopáticas) por quilo de farinhada.

Fonte:Dr. Regis Cristiano Ribeiro

Noções Gerais sobre Nutrição


"Os animais de boas raças exigem uma alimentação racional para alcançar melhor produção.

Os animais de raças inferiores, com a mesma ração dada às boas raças, nunca alcançam a produção delas.

Devem ter condições de habitat ou meio ambiente:

É o conjunto de fatores que dá condições para a vida. Esses fatores são AR, LUZ, TEMPERATURA, PRESSÃO, UMIDADE, etc.

BOA ALIMENTAÇÂO: Selecionando e racionalizando os alimentos adequados à nutrição dos animais, podemos obter a melhor produção das mesmas. Se é verdade que boas raças são fundamentais na criação, assim também é na alimentação. Esses dois fatores se completam com o bom estado sanitário do rebanho.

A alimentação racional e suficiente garante uma boa produção, porque confere ao animal os elementos plásticos e energéticos essenciais à vida.

BOM ESTADO SANITÁRIO DOS REBANHOS: Animais sadios produzem, animais doentes não produzem. A mortalidade deve ser baixa, para melhor rendimento do rebanho. Assim, também, deve ser alto o índice de natalidade. A boa raça e com um bom estado sanitário converte melhor o alimento, dando maiores lucros.

RAÇÂO:
É aquele que contém todos os alimentos essenciais a um perfeito equilíbrio do organismo, em quantidades suficientes para repor os desgastes naturais à produção de energia e à reprodução.

Duas são as finalidades: manutenção e produção.

RAÇÃO DE MANUTENÇÃO:
Chamamos aquela dada ao animal, para a produção de energia e reposição dos desgastes naturais.

RAÇÃO DE PRODUÇÃO:
Será aquela dada ao animal, para compensar a produção, quer seja carne, leite, ovos ou ainda a procriação.

ÍNDICE DE CONVERSÃO:
É o número que exprime a quantidade de quilos de ração necessárias para formar uma unidade de produto (líquido de carne, ovos, leite, etc).

CONSTITUINTES DA RAÇÃO:
a) proteínas
b) carboidratos (açúcar, amido, celulose, etc)
c) gordura (gorduras, esteróis, carotenos, fosfolipídios)
d) Minerais
e) Vitaminas
f) Água

a) Proteínas

As proteínas são absorvidas ou assimiladas no tubo digestivo com aminoácidos, que são seus componentes elementares.

Alimentos protéicos são aqueles que fornecem proteínas.

As proteínas quanto à sua natureza são de origem animal e vegetal. As proteínas animais são de qualidade superior às proteínas vegetais.

Os aminoácidos são necessários ao organismo, para que ele elabore suas próprias proteínas.

O número e qualidade de aminoácidos presentes determinam a quantidade de proteínas. Por essa razão, é melhor que se use mais do que uma fonte de proteínas nas rações, para que se tenha uma maior segurança de estarmos suprindo de maneira adequada os diferentes aminoácidos necessários.

Quando usamos as proteínas vegetais, o aminoácido mais comumente definido é a metionina.

As proteínas animais são também melhores que os vegetais, como fonte de vitaminas e minerais essenciais. Suas maiores desvantagens são suprimentos reduzidos e preço elevado.

As proteínas animais são as melhores fontes dos aminoácidos limitantes: lisina, triptofano e cistina.

EIS OS NOMES DE ALGUNS AMINOÁCIDOS ESSENCIAIS:
Arginina – Lisina – Histidina – Ácido Aspártico – Treonina – Serina – Fenilanina – Cistina – Ácido Glutâmico – Prolina – Hidroxiprolina – Glicina – Alanina – Triptofano – Leucina – Valina – Metionina – Isoleucina – Leucina – Tirosina.

PRINCIPAIS FONTES DE PROTEÍNAS VEGETAIS:
Farelo de torta de algodão – Alfafa - Farelo de soja – Protenose – Farelo de trigo – Farelo de arroz, etc.

PRINCIPAIS FONTES DE PROTEÍNAS ANIMAIS:
Farinha de peixe – Farinha de fígado – Farinha de carne – Farinha de sangue, etc.

RELAÇÃO ENERGIA – PROTEÍNA
A última novidade em nutrição animal foi a descoberta de que a relação entre a proteína e a energia (colorias) da ração muito tem a ver com a eficiência da mesma.

Esta relação parece não ter quase nenhum efeito sobre a produção total (leite, ovos, carne, produção, etc), mas está ligada a conversão da ração.

Uma ração de alta eficiência é aquela que contém grande quantidade de calorias para a proteína que é ingerida.

A relação correta calorias – proteínas na ração é importante para que essa tenha o melhor aproveitamento da proteína que contém. Se houver proteína em excesso, esta é usada como hidrato de carbono.

Se o excesso for hidrato de carbono em quantidade suficiente, para que toda proteína da ração seja usada apenas como proteína, resultará numa eficiência máxima e esta finalidade de se relacionar as calorias com as proteínas a ração.

b) Carboidratos

Os Hidratos de carbono, são substâncias ternárias compostas de Hidrogênio, Oxigênio e Carbono. Constituem cerca de ¾ partes de matéria seca dos vegetais. Este grupo de substância inclui os açúcares, que são compostos orgânicos relativamente simples e também o amido, celulose e outros compostos orgânicos de natureza mais complexa. Os Hidratos de Carbono são também divididos em seus elementos componentes e absorvidos como açúcares simples (glicose, levulose, etc). que por sua vez são convertidas no fígado e armazenados como amido ou glicogênio.

Os Hidratos de Carbono são utilizados pelos animais como fonte de energia.
Quando há Hidrato de Carbono em excesso na ração, os mesmos transformam-se em gorduras armazenada.

Alimentos ricos em Hidrato de Carbono mais utilizados são: Milho, sorgo, Batata Doce, etc.

c) Gordura e Lipídeos

Como Hidrato de Carbono, as gorduras são compostas de carbono, Hidrogênio e Oxigênio.

As Gorduras fornecem cerca de 2,25 vezes mais calor (energia) do que os Hidratos de Carbono na combustão, tendo portanto um maior valor alimentício.

As Gorduras não constituem somente uma fonte concentrada de energia e de produção de gordura corporal ou de gordura de leite, mas possuem também outras funções. Elas auxiliam a absorção das vitaminas A, D, E e K dos alimentos, especialmente do caroteno e podem auxiliar a absorção de Cálcio.

As Gorduras, quando assimiladas após a digestão dos alimentos, acumulam-se em várias regiões do corpo constituindo reservas para serem utilizadas nas ocasiões de escassez (doenças, prenhez, reprodução, etc).

Essas reservas gordurosas, depois de sofrerem reações químicas complexas, estão em condições de serem utilizadas pelo organismo como fonte de calor e energia.

O poder energético das Gorduras é o dobro das proteínas e dos Hidratos de Carbono. Para se conseguir uma elevada digestibilidade das gorduras e das proteínas é indispensável haver uma relação entre 1:3 a 1:5, que é denominada de relação adipoproteica.

d) Minerais

São componentes inorgânicos dos alimentos que desempenham papel importante no metabolismo dos organismos animais e vegetais.

Classificação dos Minerais

São classificados em dos grandes grupos. Chamados de:

1-Minerais Plásticos:
Importantes na formação do corpo, intervindo na regularização funcional de numerosos processos vitais, são eles: Cálcio, Fósforo, Cloro e Sódio.

2-Oligo-Elementos ou Micro-elementos ou Elementos Minerais Menores:
Essas substâncias gozam da particularidade de exercer, em pequena dose, franca ação biológica de natureza biocalitíca, são eles: Ferro, Cobalto, Cobre, Iodo, Enxofre, Magnésio, Manganês e Zinco.

e) Vitaminas
São componentes orgânicos dos alimentos, dos quais apenas uma parcela reduzida (alguns miligramas) é indispensável, diariamente, ao crescimento celular para a manutenção de suas funções normais.

À falta ou excesso de Vitaminas, dão-se os nomes de Hipovitaminose e Hipervitaminose, respectivamente. O termo Avitaminose seria a falta total de vitaminas, o que não é possível de se constatar.

Funções das Vitaminas

As Vitaminas desempenham um papel relevante na distribuição das Proteínas, dos Hidratos de Carbono, das Gorduras, dos Sais Minerais de Água.

Origem da palavra Vitamina

Esse termo foi proposto pelo Dr. Casimir Funk em 1912, acreditava ele na existência de certas substâncias indispensáveis à vida e similares as “Animais” e criou, para designa-las, a palavra VITAMINAS. Posteriormente, se verificou que nem todas essas substâncias são animais, mas a designação original está hoje consagrada pelo uso.

Natureza das Vitaminas

As Vitaminas não são substâncias vivas, mas compostos químicos definidos, atuando até certo ponto como catalisadores.

Razão de Designação das Vitaminas por Letras
As Vitaminas são designadas por letras porque, de início, quando se estudaram as suas propriedades, não se conhecia sua composição química.
Porém, à medida que se tornavam conhecidas, eram rotuladas com designação químicas próprias.

Situação atual da Classificação das Vitaminas

1-Vitaminas Azotadas
Tiamina ou B1 – Riboflavina ou B2 – Piridoxina ou B6 – Ácido Fólico – Ácido Nicotínico – Ácido Pantotenico – Ácido Para-Amino-Benzóico – Colina – Biotina ou H – Cobalamina ou B12.

2-Grupo dos Esteróis
Complexo D

3-Derivados do Açúcar
Vitaminas C Inusitol

4-Derivados do Caroteno
Vitamina A

5-Derivados da Quinona
Vitamina E
Vitamina K

6-Ácidos Graxos não saturados
Ácido Linoleico
Ácido Linilenico

Datas dos estabelecimentos das Fórmulas de Vitaminas
Ácido Nicotínico - 1913
Vitamina C - 1932
Vitamina A - 1933
Vitamina D - 1934
Vitamina B2 - 1935
Vitamina H (Biotina) - 1936
Vitamina B1 - 1936
Vitamina E - 1938
Vitamina B6 - 1939
Ácido Pantotenico - 1940

Algumas Vitaminas Obtidas Sinteticamente
Vitamina A, vitamina B6, vitamina E, Vitamina H, Ácido Pantotenico, Vitamina B, Vitamina C, Vitamina K, Ácido Fólico, Calciferol, Vitamina D foi obtida por processo fotoquímico (irradiação do ergoterol).

Eficácia das Vitaminas sintéticas
De modo em geral, são tão eficazes como as Vitaminas naturais, Isto é, se forem de alto grau de pureza e corresponderem a composição química das naturais.

g) Água

O conteúdo máximo em água (umidade) que é ainda compatível com a boa conservação é p 13% para os cereais, o 10% para os farelos e as farinhas de qualquer procedência. Para as gorduras, contidas a mais do que 6/7% são facilmente propensas aos fenômenos de deterioração.

Aos alimentos para garantir uma boa conservação com os meios comuns, dependem do conteúdo em água e das quantidades em gorduras."

Fonte: José Giordano Penteado
Revista Brasil Ornitológico nro 36

Semente de Perila


"É uma semente atualmente muito utilizada na Europa para alimentação de pássaros.

As Sementes são arredondadas, grandes como as sementes de nabo e colza (2 a 3 mm), são de cor variável indo do cinza ao negro passando pelo marrom avermelhado.

Sementes ricas em proteínas e, particularmente, de um óleo aromático usado pelas populações asiáticas (China, Himalaia, Japão, Rússia etc.) como óleo comestível.

Estas sementes são agradáveis aos pássaros e, além do valor nutritivo, tem demonstrado conferir uma ótima saúde e bom funcionamento do aparelho digestivo (intestino, em particular).

Provas experimentais em várias espécies de pintassilgo e de outros fringilídeos, com abdome inchado, avermelhado e com diarréia, em torno de 6 a 10 dias de administração contínua, a saúde foi completamente restabelecida.

Sendo sementes ricas em óleo, devem ser administradas normalmente não mais que três vezes por semana (meia colher de café p/cada pássaro).

Por 6 a 10 dias consecutivos para pássaros recém capturados, para aqueles debilitados, com abdome inflamado, diarréia, debilitados por tratamentos com antibióticos e quimioterápicos.

O óleo confere brilho e elasticidade às penas e provavelmente contém substâncias (a serem individualizadas através de análises laboratoriais) que permitem revigorar, recuperar a saúde e tem também capacidade nutritiva notável.

A perila (que apresenta também a vitamina F) é uma planta oleífera cultivada nos países asiáticos seja com a finalidade alimentar, seja com fins decorativos: de fato, algumas variedades de perila (Perilla frutencens ocymoides, P.f. mankinensis etc) apresentam bonitas folhas coloridas e manchadas de marron-violeta, predominantemente escuro, que dá destaque a outras cores de outras espécies de plantas ornamentais nos jardins.

As sementes de Perilla frutensis são, assim, recomendadas para a alimentação de todos os pássaros granívoros, durante todo o ano, particularmente durante o período de criação dos filhotes no desmame e no período de muda.

Composição química das sementes de perila (segundo Prof. Church):

Água: 5,3% - Proteína 22,6% - Estrat. Nitrogenados 10,6% - Lipídeos 43,2% - Fibras 14% - Cinzas (inclusive cascas) 4,3% - Extrato não azotado 10,6%.

As sementes de perila podem ser misturadas (5 a 10%) na normal mistura de sementes. Porém devido a elevada apeticibilidade e aos preços (atualmente R$ 10,00 o quilo), é aconselhável uma administração em um recipiente à parte, com as seguintes modalidades:

a) Período de repouso (do término da muda ao início da preparação para o acasalamento); meia colher de café por pássaro, três vezes por semana (duas vezes para os pássaros que tendem engordar);

b) Período da muda: nas doses para os pássaros indicados no item “A” , em dias alternados (um sim, outro não). No período “Central” da muda, quando o organismo das aves se acha no máximo esforço de renovação de plumagem, pode-se praticar uma administração diária, por 8 a 10 dias consecutivos, com a advertência de colocar as aves mais predispostas em voadeiras amplas pouco aglomerados. O alto percentual protéico e do óleo perfeitamente digerível permitem uma veloz replumagem, com penas fortes e reluzentes, Além disso, conferem uma boa funcionalidade do aparelho digestivo, prevenindo muitas disfunções intestinais, que freqüentemente se acentuam durante o delicado período da muda.

Esta semente tem sobretudo o interesse de se procurar para os pássaros. um alimento novo, bastante tenro e provavelmente dum gosto agradável."

Fonte: Júlio César Garcia

Sementes para Aves

"Abaixo apresentamos as principais sementes comumente usadas na alimentação de aves de gaiola e suas características. Apontamos também as aves que podem ser alimentadas com essas sementes.

Alpiste (Phalaris canaríensís) Grão rico em carboídratos.Ao contrário do que seu nome em inglês "canaryseed" sugere, este grão não é usado somente para canários, sendo, entretanto o principal componente da maioria das misturas de grãos para pássaros. Seu uso principal é nas misturas de grãos para canários, pássaros exóticos, pássaros silvestres, periquitos e periquitos grandes.

Arroz Cateto (Oryza saliva) Grão rico em carboidratos e de elevada digestibilidade. Seu uso principal é nas misturas para curiós, bicudos, azulőes, calafate, grandes periquitos, papagaios e pombos.

Aveia sem casca (Avena sativa) Grão rico em carboidratos, de ótima palatabílidade e digestibilidade, portanto ingerido com muito gosto e facilidade
perpassares no ninho. Em quantidades demasiadas pode levar ao acúmulo de gordura, principalmente em canários. Seu uso principal é nas misturas de grãos para canários, pássaros exóticos, pássaros silvestres, periquitos, periquitos grandes e papagaios.

Cânhamo (Cannabis sativa) Grão inativado da planta Cannabis sativa.É rico em extraio etéreo (óleos) e proteína. Contém THC, que estimula o interesse sexual nos pássaros. Deve-se cuidar para que não haja exageros na quantidade de cânhamo oferecida aos pássaros, para evitar-se constipação e excessiva excitação dos animais. Seu uso principal é nas misturas de grãos para canários, pássaros exóticos, pássaros silvestres, periquitos, periquitos grandes e papagaios. Um dos melhores grãos para qualquer pássaro, porém seu uso (principalmente no verão) nunca pode ser excessivo.

Cártamo (Carthamus tinctorius) Planta da família das asteráceas. Grão rico em extrato etéreo (óleos). Seu uso nas misturas para periquitos, grandes periquitos, papagaios e pombos enriquece a alimentaçăo destes animais, contribuindo para uma plumagem de melhor qualidade.

Colza (Brassica rapa) Grão rico em proteína e extrato etéreo (óleos), de sabor um pouco amargo. É o mais importante grão numa mistura para canários, pois seu elevado teor de extraio etéreo (óleos) promove uma excelente saúde e um canto melodioso. Pode levará adiposidade, se usado em demasia. Seu uso principal é nas misturas de grãos para canários, pássaros exóticos e pássaros silvestres.

Dari Branco (Sorghum sp.) Grão da família do painço. Contém elevado teor de proteína, com aminoácidos de boa qualidade. Seu principal uso é nas misturas para trinca-ferro (picharro) grandes periquitos, papagaios e pombos.

Dari Vermelho (Sorghum sp.) Grão da família do painço. Contém elevado teor de proteína, com aminoácidos de boa qualidade. Seu principal uso é nas misturas para trinca-ferro (picharro) grandes periquitos, papagaios e pombos.

Girassol Branco (Helianthus annuus) Este grão é rico em proteína, extrato etéreo, minerais e vitamina E. Seu principal uso é em misturas para grandes periquitos e papagaios.

Girassol Graúdo (Helianthus annuus) Este grão é rico em proteína, extrato etéreo, minerais e vitamina E. Seu principal uso é em misturas para grandes periquitos e papagaios.

Girassol Rajado (Helianthus annuus) Este grão é rico em proteína, extrato etéreo, minerais e vitamina E. Seu principal uso é em misturas para grandes periquitos e papagaios.

Linhaça (Linum usitatissimum) Grão da planta do linho. É rico em proteínas e extrato etéreo (óleos), principalmente do grupo Omega 3, essencial para uma excelente plumagem. Possui propriedades terapęuticas, melhorando o trânsito do bolo alimentar no tubo digestivo e contribuindo para uma melhor digestão. Seu uso principal é nas misturas de grãos para canários, pássaros exóticos, pássaros silvestres, periquitos e periquitos grandes.

Níger (Guizotia abyssinica) Grão rico em extrato etéreo (óleos) e proteínas. Devido a sua excelente palatabilidade, este grão é muito apreciado por diferentes tipos de pássaros. Seu uso principal é nas misturas de grãos para canários, pássaros exóticos, pássaros silvestres, periquitos e periquitos grandes.

Painço Amarelo (Panicum milleaceum) Grão também conhecido por milho alvo amarelo. São grăos ricos em carboidratos e possuem fácil digestibilidade. Seu uso principal é nas misturas para pássaros silvestres, pássaros exóticos, periquitos, grandes periquitos e pombos.

Painço Branco (Panicum milleaceum) Grão também conhecido por milho alvo branco. São grãos ricos em carboidratos e possuem fácil digestibilidade. Seu uso principal é nas misturas para pássaros silvestres, pássaros exóticos, periquitos e grandes periquitos.

Painço Preto (Panicum milleaceum) Grão também conhecido por milho alvo preto. São grãos ricos em carboidratos e possuem fácil digestibilidade. Seu uso principal é nas misturas para pássaros silvestres, pássaros exóticos, periquitos e grandes periquitos.

Painço Verde (Panicum milleaceum) Grăo também conhecido por milho alvo verde. Săo grăos ricos em carboidratos e possuem fácil digestibilidade. Seu uso principal é nas misturas para pássaros silvestres, pássaros exóticos, periquitos e grandes periquitos.

Painço Vermelho (Panicum milleaceum) Grăo também conhecido por milho alvo vermelho. Săo grăos ricos em carboidratos e possuem fácil digestibilidade. Seu uso principal é nas misturas para pássaros silvestres, pássaros exóticos, periquitos e grandes periquitos.

Perila (Perilia frutescens) É conhecida também como "a semente da saúde". Grăo rico em extraio etéreo (óleos), principalmente do grupo dos Omega 6 e Omega 3. Importante na promoçăo de um canto melodioso e uma plumagem exuberante. Seu uso principal é nas misturas para curiós e outros pássaros silvestres, canários e pássaros exóticos. É o melhor grăo e o mais importante para os pássaros, seu uso năo pode ser excessivo."

Fonte: Silvano Pereira Ferraz
Revista SANO 2006

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