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15/11/09

Os Lipocromos

"Mesmo falando dos lipocromos, também definidos como variedade, iniciarei pela canaricultura de cor para depois passar à outras espécies.

No canário, a variedade original é o amarelo, que pode ter diversas tonalidades, do doirado ao limão.

A primeira mutação foi o branco dominante, que como diz o próprio nome é dominante, e que pode ser letal, provavelmente em conjunto com outros genes modificadores.

Acasalando-se dois brancos cominantes, ocorre mortalidade pré-natal de 25% dos embriões, correspondentes aos homozigotos.

A presença do lipocromo amarelo nos exemplares mais típicos é restrita à periferia externa das remiges.

Em exemplares manos típicos, podemos encontrar infusão de amarelo nas retrizes, na região dos cílios, nos ombros e mais raramente em outros lugares, mas nunca no uropígio, que sempre parece branco.

Normalmente são acasalados com amarelos descendentes de óptimos brancos dominantes.

A mutação branca dominante, apresenta uma modesta pleiotropio, uma vez que são inibidos totalmente os lipocromos da plumagem e da pele, que apresentam tom violáceo.

É um carácter recessivo, como diz o nome, típico mendeliano.

As vezes encontram-se brancos sem infusão de amarelo, mas com pele de cor normal: não é uma outra variedade, pois são apenas o resultado da interacção entre o branco dominante e o marfim.

Nos canários, os indivíduos brancos são assim, não apenas porque apresentam a mutação do lipocromo, mas também porque a mesma interage com a inibição das melaninas.

Quando não existe esta interacção, obtemos os indivíduos melânicos de fundo branco.

Totalmente diversa é a situação dos exemplares brancos de espécies melânicas exóticos, nas quais a própria mutação branco inibe as melaninas.

Podem-se dar exemplos com o Diamante Mandarim branco e com o Manon branco.

Diz-se que o Manon, a mutação branco, especialmente se surge através de cruzamentos puros, pode criar problemas para a plumagem, com zonas com poucas plumas especialmente nas bochehcas, e também problemas nos olhos.

Um caso delicado é o dos indivíduos brancos com olhos vermelhos.

Existem problemas de compatibilidade com a vida nas formas de albinismo integral.

Nos canários, os albinos são frutos de diversas intertações, isto é, inibição das melaninas com outras mutações como o ino e o acetinado, que afetam sempre as melaninas (mesmo nos olhos), juntamente com a mutação branco, que afeta o lipocromo.

A mutação marfim é uma variação recessiva ligada ao sexo, sujeita à expressão muito variável.

O amarelo é transformado em uma cor mais clara que nos exemplares dourados lembra a cor do marfim, enquanto sobre amarelo limão, fica um pouco mais claro.

Também interage com o vermelho, resultando em tonalidade rosada, que nos sujeitos mais típicos lembra a cor da flor do pessegueiro.

Aparentemente poderia ser chamada de uma diluição lipocrômica, mas parece ser do tipo estrutural, uma vez que o lipocromo fica restrito à áreas mais profundas das penas.

Não se pode entretanto, excluir que possa coexistir uma redução dos pigmentos.

A expressão é nitidamente variável.

Nos indivíduos com pouca atuação da mutação, a cor tende ao amarelo ou ao vermelho normais, enquanto em outros, a cor fica esbranquiçada, por excesso de atuação do fator mutante.

A seleção dos exemplares é bastante aleatória, mas é regra comum dizer-se que o cruzamento entre indivíduos marfins e não-marfins, favorece a tipicidade.

Esta mutação aparece também em outras espécies, como por exemplo o verzelino (pássaro silvestre europeu).

Vermelho: uma verdadeira revolução na canaricultura de cor, que provavelmente a fez nascer, foi a introdução do fator para o vermelho.

Lipocrómico Vermelho Nevado Fêmea


Isto foi feito através da hibridação com um fringilídeo muito especial, o Tarim ou Pintassilgo da Venezuela.

Esta espécie apresenta uma variedade tal que, apesar de não ser totalmente vermelha, em presença de alimentação adequada, atinge tonalidade de vermelho muito forte.

A hibridação dos canários com o Tarim da Venezuela, com sucessivas e reiteradas reibridações, aliadas à seleção dos melhores exemplares, transmitiu aos canários a capacidade de aproveitar os carotenóides para alcançar a cor vermelha, mais ou menos forte, dependendo dos indivíduos (herança poligênica).

É importante, no entanto, o uso de colorantes confiáveis.

Devemos observar que esse fluxo genético de uma espécie a outra, acarretando a produção de uma nova característica, aparesenta um notável interesse até mesmo sob o ponto de vista científico.

A variedade vermelho mostra-se tanto nos canários lipocrômicos quanto nos canários melânicos, e também interage com a mutação marfim, quando é produzida uma tonalidade rosada.

A variedade é encontrada em vários graus de intensidade em muitas espécies exóticas, e é considerada muito atraente de uma forma geral.

As Categorias

A questão das categorias, merece particular atenção, pois é muito importante, mais ignorada em textos cientifícos e relegada apenas aos que tratam da canaricultura.

Por categoria, no significado atribuído na canaricultuira, entende-se um fenômeno de difícil definição, que diz respeito à situação do lipocromo na pena e que na mutação intenso, refere-se à própria estrutura das penas.

Nos fringilídeos silvestres ancestrais, em linhas gerais, o lipocromo não alcança a ponta das penas.

Se observarmos o canário, podemos notar que o lipocromo é ausente na ponta das penas, onde se forma uma pequena meia-lua esbranquiçada.

Estas pequenas meias-luas sem pigmento são chamadas de névoa ou shimmell.

Esta situação corresponde ao exemplar ancestral.

É preciso observar que em algumas zonas, chamadas "de eleição", as penas não apresentam a névoa e parecem saturadas de pigmento até a ponta.

Nos canários, estas zonas são a máscara facial, os ombros e o uropígio, especialmente nos machos.

Estas zonas são também impropriamente chamadas de intensas.

Em algumas espécies, o nevadismo é muito mais acentuado que nos canários, nos quais´às "zonas de eleição" são facilmente percebidas.

Devem ser consideradas também zonas "não de eleição", como o peito, onde apesar de haver névoa pode ser notada uma maior expressão do lipocromo.

Outras zonas tendem a mostrar acentuada nevadismo, especialmente o pescoço e sobretudo a cloaca.

O fenómeno é muito evidente no macho do Tarim da Venezuela, no qual o nevadismo praticamente só é perceptível na zona da cloaca, que apresenta-se esbranquiçada.

A mutação intenso


Lipocrómico Vermelho Intensa Fêmea


Exclusiva do canário, a mutação intenso reveste-se de aspectos de extraordinária raridade e de grande interesse cientifíco.

É geneticamente dominante e sub-letal, provavelmente com um aspecto de expressiva variabilidade, e compreende o antigimento pelo lipocromo da ponta da pena, cujas bárbulas são mais curtas.

A expressão lipocrômica é muito forte e a forma do corpo é mais leve e esbelta.

O gene responsável pela mutação deve ser evidentemente importantíssimo e pleiotrópico.

Nos sujeitos homozigotos, as características se exaltam, reduzindo o seu tamanho, com plumagem muito curta e fortíssima expressão do lipocromo.

Existem fortes variações de um indivíduo para outro, podendo ser mais ou menos evidentes os resíduos de nevadismo.

Nos machos, a atuação do fator intenso é geralmente mais forte.

Um fenómeno excepcionalmente notável, que permanece sem explicação e que nunca havia acontecido anteriormente, é o fato da categoria nevado (forma ancestral) precisar de cruzamento misto com a mutação intenso.

Efectivamente, o cruzamento entre nevados é desaconselhado, uma vez que se obtêm todos os filhotes nevados, normalmente de má qualidade, com nevadismo excessivo que pode estender-se às zonas "de eleição", com carência de lipocromo e, por fim, tendência à plumagem muito abundante.

Em caso de repetidos cruzamentos entre exemplares nevados, essas características negativas tendem a aumentar.

Na natureza, os canários se reproduzem sempre entre exemplares nevados sem qualquer problema, mesmo porque não há intensos.

No entanto, em cativeiro, o mesmo tipo de cruzamento produz só resultados negativos acima citados.

Por outro lado, o acasalamento entre exemplares intensos e nevados permite o nascimento de nevados de boa qualidade e equilibrados.

Em todas as espécies criadas em cativeiro, a regra geral é que maiores serão o equilíbrio e a vitalidade dos filhotes quanto mais fortes forem as características presentes do tipo ancestral.

É realmente difícil explicar esta excepção nos canários!

Infelizmente são poucos os que se aprofundam no problema.

Na minha opinião, provavelmente o fenómeno é uma consequência induzida pela mutação intenso, que pode ser capaz de induzir outras mutações e de modificar, mesmo que não de forma evidente a própria forma genética.

Um outro problema a ser considerado é por que os nevados resultantes do cruzamento entre intensos e nevados são bons.

Acredito que possa ocorrer um fenômeno semelhante ao da heterogênese não transmissível.

Os nevados obtidos de acasalamentos entre dois exemplares intensos, nascidos na probabilidade de 25% dos filhotes, geralmente apresentam uma situação de excesso que os faz semelhantes aos obtidos através de cruzamentos puros.

Por outro lado, usando uma fêmea intensa com um macho nevado, obtêm-se em geral, apenas como uma tendência, resultados ligeiramente melhores que os obtidos quando se usam uma fêmea nevada com um macho intenso.

A regra é válida tanto para os filhotes intensos quanto para os nevados.

Os intensos tendem a apresentar uma melhor intensidade de cor, e os nevados, um óptimo equilíbrio e bom nevadismo."

Texto Original de Giovanni Canali
(Itália Ornitológica - Abril/2001)
Tradução de Arnaldo Silva Araújo

Revista Brasil Ornitológico Nro44
Arquivo editado em 07/09/2002

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