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12/12/09

Os Cruzamentos Efetuados com o Canário Doméstico

"I – Introdução

No final do século passado já era comum na Europa cruzamentos entre animais, mas precisamente com o canário doméstico. Desta época tem-se notícia que no Brasil já produziram o pintagol (pintassilgo x canária), fato relatado pelo zoólogo Emílio GOELDI, em 1894. Portanto esta prática de hibridar o canário tem de sobra um século.

Em princípio dois motivos levam os criadores a hibridar seus canários, em primeiro lugar a curiosidade inerente do ser humano em saber o que vai resultar um cruzamento. Outros mais conscientes, buscam através da hibridação a procura de cores novas ou de outros fatores que possam dar mais vitalidade ou longevidade aos canários domésticos em geral.

No momento, estando quase solucionado o canário vermelho, se busca o canário negro. Aliás no início do século se tentou o canário negro cruzando o tiziu com a canária.

II – Metodologia

Inicialmente consultou-se o trabalho de GRAY (1958), que contém 55 hibridações do canário doméstico. Pesquisou-se ainda nas seguintes obras: GILL (1962), GICQUELAIS (1966), RADTKE (1972), GRZIMEK (1980), ELLIS (1984) e BIELFELD (1988). A partir dos dados obtidos nestes trabalhos e atualizada a situação sistemática e taxonômica das espécies envolvidas, elaborou-se a tabela anexa, onde de forma sintética procurou-se demonstrar a problemática dos cruzamentos.

III – Resultados

A tabela única mostra que foram realizados pelo menos 61 cruzamentos, envolvendo 8 famílias de aves. Contudo o mais interessante são os cruzamentos com as espécies da subfamília Carduelinae, à qual pertence o canário doméstico. O cruzamento do canário doméstico com o canário silvestre não é uma hibridação, pois são da mesma espécie, neste caso tecnicamente temos bastardos e não híbridos. Dos gêneros desta subfamília, em especial Serinus e Carduelis, dão híbridos com descendência fértil. A principal espécie é o Tarin da Venezuela (Carduelis cucullatus) que deu origem aos canários com pigmentos vermelhos.

O advento do canário vermelho por sua vez reforçou a muito a prática de cruzamento ente espécie, pois antigamente, formas silvestres com plumagem vermelha produziram híbridos sem esta cor. Usando-se canários vermelhos nestes cruzamentos passou-se a ter híbridos mais bonitos com uma vistosa cor avermelhada.

Com relação aos híbridos de aves brasileiras: tiziu, canário-da-terra, pintassilgos, cravina e Garibaldi, veja SICK (1988). O autor afirma que uma fêmea híbrida de Garibaldi (icterídeo) com canária foi fecunda em retrocruzamento com canário.
No decorrer do levantamento bibliográfico, encontrou-se algo que deve interessar aos aficcionados da hibridação, no Uruguai foram introduzidos, j’s há algum tempo o pintassilgo-português (C. carduelis) e o verdilhão (C. chloris).

Sendo nativo neste país a subespécie de pintassilgo (Carduelis m. mangellanica), que parece ser de maior porte que o nosso.

IV – Discussão e Conclusão

Conforme demonstra os resultados, fica claro que o criador que pretender hibridar seus canários deverá usar espécies da subfamília Carduelinae se quiser obter híbridos fecundos e prosseguir nos cruzamentos. Deverá observar quais as espécies que produzem híbridos fecundos, bem como em qual sexo (geralmente o masculino).

Por outro lado um híbrido mesmo infecundo pode ser um belo pássaro e às vezes um bom cantor. No Brasil a prática de criação de híbrido para exposição ainda é pouco desenvolvida. Na Europa a grande moda é o cruzamento entre aves silvestres ou de híbridos de canário com outra espécie silvestre, ocorrendo mesmo cruzamentos entre dois híbridos fecundos. Prova disto é que no Campeonato Mundial de Reims em 1997 foram inscritos nada menos que 700 híbridos.

Atualmente as hibridações são feitas levando em consideração a carga genética que a forma silvestre e o canário irão passar para os híbridos. Na Europa já existem padrões predeterminados de cor e raça para efetuar os cruzamentos. Por exemplo o pintassilgo português com canária mosaico de linha clara ou do pintarroxo com uma canária Yorkshire branca isso, sem falar no uso generalizado de canários (as) vermelhos, nas suas diferentes cores e tonalidades. Outro grupo procura incessantemente o canário negro, principalmente através do negrito da Bolívia.

Interessante ressaltar que uma dúvida antiga sobre a origem do “Lizard”, no tocante ao fato de ser ou não descendente de uma espécie silvestre, está relativamente claro pelo resultado obtido do cruzamento Serinus pusillus com a canária, que resultou em algo muito parecido com o “Lizard” .

A hibridação com canários não deve ser considerada como uma atividade principal, mas sim como uma atividade paralela e tão interessante como a criação de canário de cor ou porte.

Cruza F1 Família Sub-família Espécie Nome Vulgar Origem F M F M Observações
Fringillinae Fringillinae Fringillinae Coelebs Tentilhão ou Pimpalhão NR da EUropa X X Raramente sobrevivem
F.
Monrtinngillia Brambing N da Europa X Filhotes nascem + não sobrevivem
Carduelinae Sennus Canar Canário silvestre Arq. Canárias X X S S Cz.bem c/ for.doméstica
Verz S.serinos canária Milheira ou Serin Mediterrâneo X X ? S Cantores incansáveis
S. atrogularis Canário de Costa Amarela SD África X S Bons cantores
S. alario Alario ou Alario Finch África do Sul X S Fácil de criar dominância do Alario
S. canicolis Canário do Cabo África do Sul X ? F1 Bons cantores
S. flaviventris Canário de Barriga Amarela África do Sul X Cruz. Raro Bons Cantores
S. flavivenx Canário de Cabeça Amarela Ilha Sta Helena N N F1 semelhante à forma selvagem
S. guans Canário de Cabeça Raiada X Cruzamento difícil
S. leucopygius spp. Canário de Costa Branca Senegal e Eritréia X X N N Bons cantores
S. moçambique Canário de Moçabique SD daÁfrica X Canto suave melhor crz fêm. verm.
S. sulphuratus Canário Enchofre X N N Houve vários nascimentos
S. pusillus Red-Fronted
Serin Oriente Médio X S Híbrido assemelha-se ao "Lizard"
Carduelis atrata Negrito-da-Bolívia C. da América do Sul X S F1 Adulto de cor quase negra
C. Barbata Cabecita Negra de Corbata Arg. Chile e Bolívia X Filhotes Acinzentados
C. carduelis Pintassilgo Português Europa Méd., Ásia X X ? S Bons cantores cores variadas
C. citrinella Canário Limão Europa e Mediterrâneo X X Relativamente raro
C. cucullatus Tarin-da-
Venezuela N.daAmérica do Sul X X ? S Ft. dos gen vermelho dos canários
C. magellanica Pintassilgo América do Sul X X ? S Excelentes cantores muito ativos
C. yarrelli Pintassilgo-
Baiano Nordeste do Brasil X ? ? S Cores variadas
C. notatus Black-marked Siskin México e Nicarágua X ? Relativ. fácil obter Híbridos
C. spnoides Pintassilgo-do-
Himalaia Himalaia X S Espécie atualmente muito usada
C. spinus Pintassilgo-
Verde Med. Europa e Ásia X X N S Canta muito pior que o canário
C. totta Cape Siskin X Houve nascimentos
C. tristis Pintassilgo-norte-
americano Am. do Norte e México X O canto é intermediário entre os pais
C. chlons Verdilhão ou Verderol Europa e Mediterrâneo X X Nasce mais machos
A. cantteis
flammes Redpoll Norte da europa X ? Difícil de criar, usar canária verm.
A. ttavirotris Twite Europa e Oriente Médio X O seu canto e question. e são raros
A. cannabina Pintarroxo ou Linnel Eurásia e Mediterrâneo X X S B. cantor ovários ger. degenerados
Carpodacus
erythinus Common Rosefinch ou
Kaminginpel Eurásia X X S Melhor usar canário vermelho. Os filhotes precisam de supl. vitamínico
C. mexicanus House Finch Canadá ao México X ? S Canta forte usar viveiro
C. purpureus Purple Finch América do Norte X X Ficaram adultos
Rodopechs
githacinea Wostrontrampeter Norte da África X X ? Melhor usar canário com f. vermelho deve se cruzar em viveiro
Pyrruhula pyrruhula Dom-fafe ou Bulfinch Europa X Grandes e bem coloridos. Melhor canários Norwich ou Yorkshire
Loxia cruvirostra Crossbili Europa e Mediterrâneo X Difícil sincronizar a maturação do casal
Emberizinae Emberiza Escrevedeira amarela Europa X X Apenas a obtenção de ovos fecundos
E. molanocophala Black-headed
Bunting Europa e Oriente Médio X Há dúvidas do resultado
Passarina cittis Painted Bunting Am.Central e Sul EUA X Parece que não houve sobrevida
P. Cyanea Indiga Bunting Ministro Am.Central e do Norte X Filh. verdes, há dúviodas do resultado
P. Leclanchen Raimbow Bunting México X Um macho, há dúvidas do resultado
Volatina jacarina Tiziu ou Veludinho América do Sul / Central X Parece efetivamente cruzar
Sicallis flaveola Canário-da-Terra América do Sul X X Os híbridos podem variar na cor
Coryphospingus
pileatus Cravina ou Galinho-da-Serra América do Sul/Central X Embora pareça viável, há dúvidas qto ao resultado o mesmo p/ C. Cucullatus
Placoidae Passerinze Passer domesticus Pardal Eurásia, introduzido nas Américas X Sem importância apenas curiosidade
P. montanus Tree Sparow Eurásia X Acasalaa, mas os ovos são infecundos
Petronia xanthocollins Pardal-amarelo Oriente Médio e ïndia Ocorreu incubação, há dúvidas do resultado
Vidulnae Hypochera chaybeata Viúva-de-pés-
vermelhos Leste da África X Infelizmente as filhotes não portam a cor preta metálica do pai. Cruzar em viveiro
Euplectinae Faoudia
madagascaróonsia Tecelão-de-
Madagascar Madagascar X Teve nascimentos, há dúvidas
Eu[lectos franciscanus Cardeal-africano Sul e Leste da África X Há dúvidas no resultado
Estrildidae Amadina fasciata Degolado Ao Sul e Leste do Sacra X O híberido morreu logo após nascer
Lonchura striata
swinhaci Manon-doméstico -x-x-x- X Há dúvidas no resultado
L. malloca Freira tricolor Sul da Ásia e Ilhas X H's dúvidas no resultado
Poophila acuticauda Sharp-tallad Finch Norte da Austrália X Obteve-se ovos férteis
P.g. castanotis mandarim-Zebrado Austrália X Há dúvidas no resultado
Estriida troglodytas Black-reumped
Walxbill Parte central da África X N N Há dúvvidas no resultado
Zosteropidae Zoosteropis virens Green White-eye África X Ocorreu nascimento, há dúvidas
Muscicapidae Timallinae Laiathrix lutes Rouxinol-do-Japão Himalaia ao S. da China X Possivelmente o pai era outra ave
Turdidae Luscinia luscinia Rouxinol-da-Europa Eurásia X Apenas ovos inférteis
Icteridae Agelaus nudulatus Garibaldi ou Casaca-de-couro América do Sul Cisandina X S A híbrida teve fil;hotes com Canário
Psitacidae Melopsitacus Periquito-australiano Austrália X Obviamente, há dúvidas nesse caso

X=o cruzamento de silvestre com fêmea (F) ou macho(M) de canário
S=F1 fecundo
N=F1 não fecundo
?=há possibilidade#

Revista Pássaros
Ano 5 nro 19 2000
Arquivo editado em 09/03/2002

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