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01/02/10

A evolução do canário Yorkshire

Fotografia: Allenpedroso


Yorkshire Moderno (Golding Standard)
segundo YCC
Yorkshire Canary Club - Inglaterra:

"Para muitos criadores, dentre os quais me incluo, o canário Yorkshire é sinônimo de canário de porte. Sua beleza e postura enchem nossos olhos de uma forma singular. O biótipo denota uma atitude corporal distinta em relação às outras raças, o que nos faz chamar esse excepcional pássaro de geltelman ou guardian, tal que um legítimo lorde ou soldado inglês.

Sua origem remonta a segunda metade do século 19, no condado de York, norte da Inglaterra. Ali os criadores decidiram desenvolver um pássaro esguio e de elegância marcante. Para tal, o primeiro canário eleito como substrato dessa nova raça foi o Bossu Belga, famoso na época pela postura vertical no poleiro. Cruzaram-no com o Lancashire sem topete, ou canário gigante, para extrair-lhe o tamanho e o padrão retilíneo.

Num crescente de popularidade, já com muitos criadores se dedicando a esse novo pássaro, chamado de “canário de York”, como não poderia deixar de ser, as controvérsias em relação ao standard, ou padrão de raça, fatalmente surgiram.

Para resolver a questão foi então criado o Yorkshire Canary Club, em 1894. A partir daí houve uma unificação de critérios e o canário Yorkshire, enfim atingiu seu apogeu entre os anos de 1920 e 1935. Nessa época, o padrão descreve um pássaro grande, esbelto, elegante e muito fino, a ponto de ser chamado de “pássaro-anel” já que, como diziam os ingleses, um Yorkshire ideal deveria passar dentro de uma aliança de casamento.

Como a raça ganhava mais e mais espaço na Grã Bretanha, principalmente após a 2ª Guerra Mundial, novos aficcionados surgiram e opiniões divergentes idem, fazendo-se necessária, uma vez mais, a mudança no padrão. Buscaram um modelo já citado por Vowles na década de 20, ou seja, um canário mais robusto, com aumento do peito e principalmente da cabeça, mantendo o característico porte ereto e cauda longa e reta em relação ao dorso. Para isso cruzaram-no também com o Norwich, buscando uma plumagem mais significativa. Surgiu, então, um pássaro formidável, com equilíbrio e porte majestosos. Com tal modificação, ao invés de “pássaro-anel”, passou a ser conhecido como “pássaro-cenoura”, ganhando notória popularmente não só na Inglaterra como em toda a Europa. Foi denominado oficialmente como tipo Continental e reconhecido pela COM/HN – Confederação Ornitológica Mundial – Hemisfério Norte.

Representação gráfica da mudança de padrão do Canário Yorkshire (da esquerda para a direita): O modelo Norman (Século XIX); o modelo Vowles (1920); o modelo Golding (1960).

Evolução do Yorkshire

Mas os ingleses não pararam por aí. Em 1960 um entusiasta chamado Sidny Golding propõe um novo padrão, dessa vez buscando robustecer e aumentar a já marcante elegância da ave. Esse novo standard propunha um pássaro de aparência semelhante ao de um verdadeiro “guardião da Rainha”, com reforço ainda maior da cabeça, peito, dorso e ombros. Sua cauda não mais seria tão longa e reta com a linha do dorso, ganhando, a partir de então, um leve encurtamento e pequena angulação para cima. Sua postura ereta continuava sendo exaltada. Era como se o modelo Vowles ganhasse um elmo e um largo cachecol. Em homenagem ao criador, tal padrão passou a ser chamado Golding e, em 1968, foi adotado pela maioria dos clubes ingleses. O tipo Continental, mais conhecido como “cenoura”, começava a desaparecer do solo britânico.

Porém, o resto da Europa não comungava do mesmo pensamento. A COM-HN continuava reconhecendo o padrão Continental como sendo o oficial. Somente em 1974, durante congresso da OMJ – Ordem Mundial e Juízes, em Antibe, o padrão “Golding” é estudado e debatido, mas as opiniões de mudança não foram unânimes. Contudo, dois paises começaram a experimentá-la: Bélgica e Itália.

Em 1987, uma nova reunião, dessa vez no mundial em Roeselare, Bélgica, propõe que os dois padrões sejam reconhecidos oficialmente. Porem, houve negativa da maioria dos juízes por considerar que um canário não deveria possuir dois tipos de standard.

Finalmente, em maio de 1991, em reunião técnica extraordinária da OMJ, o padrão Golding ganha aceitação da maioria dos juízes e em janeiro de 1993, no mundial da Holanda, a COM/HN interrompe a polêmica e o reconhece oficialmente. Acabava ali, portanto, o ciclo do “canário-cenoura”.

Hoje, os criadores europeus o chamam de Yorkshire Moderno, com destaque para os ingleses, belgas e italianos. Para de ter uma idéia da paixão dos mesmos por essa raça, um veterano criador britânico, Joe Hirst, esculpiu uma espécie de “modelo-estátua” do Yorkshire segundo o padrão Golding. Trata-se de peça em madeira, com todos os detalhes de um Yorkshire perfeito. Tamanho, cabeça, ombros, cauda, etc. Coisa de inglês, naturalmente.

E no Brasil...

Infelizmente, por aqui, a maioria dos canários Yorkshires está longe do atual padrão europeu Yorkshires pela COM/HN. Ao contrário do Gloster, o qual está bem difundido entre os criadores brasileiros e cujos exemplares estão melhorando dia a dia em relação ao standard internacional, nosso Yorkie vai mal das pernas. O que vejo nos campeonatos por aí são pássaros mestiços que fogem “kilometricamente” do padrão Golding moderno. Uma mescla entre o Lancashire, o Norwich, o Bernois e por aí vai... um verdadeiro “pássaro-espiga”. Numa exposição recente vi algo, no mínimo, estanho: no julgamento de Porte de um determinado clube, quando o juiz solicitou os Yorkshires, um dos pássaros que foi colocado sobre a mesa era algo que poderia ser chamado de qualquer coisa, menos de um exemplar dessa raça. Era um “raza espanhola” gigante! Nunca vi nada parecido em toda a minha vida! Cito tal acontecido não com um intuito sarcástico ou desmerecedor, mas, sim, preocupante, já que isso reflete bem o desconhecimento do padrão ideal por parte da maioria dos criadores. Por outro lado, vi ótimos pássaros neste ultimo campeonato brasileiro, o que prova que alguns canaricultores estão no caminho certo.

Apesar de respeitar a opinião de famosos juízes brasileiros ainda simpáticos ao modelo “cenoura”, o fato é que devemos aceitar o dinamismo ornitológico contemporâneo, assim como suas conseqüentes mudanças técnicas, e nos interagir melhor com os criadores europeus, já que são eles os “pais da bola” em se tratando de Canaricultura de Porte. Portanto, para nos tornarmos competitivos nos torneios internacionais, temos nós, brasileiros, que buscar o melhor padrão possível em se tratando desse maravilhoso e nobre canário, o Yorkshire."

Fonte: Artigo extraído da Revista FOB, edição nº53 de dezembro de 2003, páginas 40 e 41, com autorização concedida pelo autor: Arthur Cardanez - médico e canaricultor.
Foto do Yorkshire extraído da revista FOB, edição nº 59 de julho 2005.

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